Sobre o DESCOLA

O DESCOLA é um projeto de intervenção estratégica da Direção Municipal de Cultura da Câmara Municipal de Lisboa para a promoção da educação cultural nas escolas, com a parceria da EGEAC e da Direção Municipal do Ambiente, Estrutura Verde, Clima e Energia. Envolve equipamentos municipais culturais, entre museus, bibliotecas, arquivos, monumentos, galerias, cinemas, teatros, e equipamentos ligados à natureza como quintas, jardins e parques, na valorização da dimensão educativa do património cultural da cidade, fazendo-o chegar a todos, e ao longo da vida, como fonte de inspiração e sentido de pertença.

As atividades propostas no DESCOLA estão alinhadas com metodologias de aprendizagem não-formal, têm como referência as orientações das Competências Chave do Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória e da Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, filiam-se nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e promovem o património cultural de Lisboa como campo de pesquisa, de participação, de questionamento e de criatividade.

O projeto segue quatro linhas orientadoras:

1. Promover experiências significativas a partir do património cultural de Lisboa

A cidade de Lisboa abarca um património rico e diversificado de lugares, personalidades e acontecimentos que marcaram a nossa história e identidade. Trabalhar estes conteúdos culturais nos cenários em que ocorreram e ocorrem, e em contacto com os objetos e documentos que deles são testemunho, adiciona à informação experiências que emocionam e fazem pensar.

São experiências que concretizam e dão sentido aos conteúdos curriculares e que permitem atualizar o modo como pensamos, sentimos e nos relacionamos com as pessoas e os lugares do presente. Formam um importante chão comum para a vivência democrática numa cidade que sempre se fez de muitas vozes e culturas.

2. Dinamizar a relação entre as escolas e os equipamentos culturais e equipamentos verdes

O trabalho colaborativo entre mediadores culturais, artistas e professores permite partilhar perceções, expectativas e desafios comuns, motivando os alunos e tornando-os parte ativa no processo de aprendizagem. Juntos estamos a encontrar ligações pertinentes entre a oferta de educação cultural e artística e os conteúdos curriculares.

Nesse processo de aproximação, sabemos que é preciso transformar as práticas pedagógicas tradicionais para promover competências transversais a várias áreas do saber. E sabemos que é preciso ajustar as narrativas e estratégias de mediação para conseguir comunicar com públicos diferenciados, garantindo que o património cultural permanece relevante, acessível e inclusivo junto da comunidade escolar.

3. Dar voz e responsabilidade aos alunos

O DESCOLA persegue uma visão humanista orientada para a formação global e para a cidadania ativa tal como é preconizada no Perfil do Aluno à Saída da Escolaridade Obrigatória. Competências como a autonomia, o sentido crítico, a criatividade, a sensibilidade estética e artística, a capacidade de iniciativa e o espírito de equipa encontram nas artes e na cultura, e nos contextos não formais de aprendizagem, um território fértil para serem exercitadas.

Esse exercício valoriza o que os alunos já sabem e desafia-os a questionarem-se sobre o que está para além do que conhecem, para que queiram saber mais e ousem pôr em causa o preconceito e as convenções sociais com as quais estejam em desacordo. No fundo, convoca-se a participação ativa dos alunos e criam-se condições para que desenvolvam a sua voz.

4. Alimentar ecossistemas de aprendizagem

Liberdade, Cidade, Biodiversidade e Património são temas transversais aos vários Objetivos do Desenvolvimento Sustentável que identificámos como prioritários na abordagem ao património cultural e artístico da cidade.

Promovemos a sua interceção com as competências do Perfil do Aluno para alimentar um ecossistema dinâmico onde fluem as incursões ao passado, para tratar questões chave do presente, discutindo o desenho de futuros alternativos, envolvendo consciencialização e cidadania ativa, considerando os desafios à sustentabilidade de territórios tanto biológicos como sociais, discutindo a democracia, os direitos humanos e as correspondentes responsabilidades na perseguição da inclusão e da justiça social.