Manifesto

1. Pensamento e ação estratégica

Consideramos fundamental dar consistência à dimensão social e educativa das instituições culturais traduzindo-a em orientações estratégicas, objetivos claros e ações concretas, com implicações diretas no trabalho de mediação.

  • Definindo objetivos claros e partilhados por todos
  • Selecionando as prioridades em função da sua importância estratégica e não da urgência
  • Apostando numa programação equilibrada entre renovação e continuidade e que valoriza a experiência do público

2. Identidade e valorização do “serviço educativo”

Entendemos por serviço educativo o trabalho de mediação com todos os públicos numa perspetiva de alargamento de horizontes, crescimento e emancipação, com um papel estrutural no cumprimento da missão das instituições culturais.

  • Dotando-o de recursos materiais adequados e de recursos humanos qualificados de acordo com um perfil diferenciado
  • Considerando o tempo e o foco necessários para a formação contínua, a investigação, a conceção e a realização das atividades de mediação
  • Estimulando o pensamento e a intervenção dos mediadores no âmbito da missão social e educativa da instituição

3. Ecossistemas assentes na colaboração e na interdependência

Entendemos que o trabalho de mediação é indissociável das práticas colaborativas com a capacidade de criar ligações entre temas, setores de atividade e áreas de competência (artistas, mediadores, professores, curadores, investigadores, agentes de comunicação, entre outros) a partir da singularidade de cada organização.

  • Dinamizando o cruzamento entre organizações e profissionais diversos para concretizar projetos transversais mais ambiciosos orientados para o bem comum
  • Desenvolvendo projetos de proximidade com a participação das comunidades locais

4. Humanização das instituições culturais: das pessoas para as pessoas

Consideramos fundamental aproximar as instituições culturais das pessoas para que se tornem espaços de encontro, fruição e pertença relevantes para o seu bem-estar.

  • Eliminando barreiras intelectuais, sociais e físicas e desenvolvendo estratégias de mediação estimulantes e adaptadas aos diferentes públicos
  • Promovendo o debate sobre questões fraturantes, questionando as narrativas dominantes e expandindo os horizontes de interpretação
  • Apostando na concertação entre estratégias de fidelização de públicos, de captação de novos públicos e de ida ao encontro do chamado “não público” tomando em consideração as características e a vocação da instituição

5. Valorização e diversificação das formas de avaliação

Consideramos essencial trabalhar os dados da avaliação no sentido de identificar correções e reorientações no desenho e concretização de novas ações.

  • Criando rotinas de monitorização e avaliação da atividade educativa e momentos de reflexão sobre os dados obtidos, com indicadores adequados, qualitativos e quantitativos, para medir o que importa